3 de jan. de 2010

Claro e escuro


"Um popular curta-metragem americano do século XIX acompanha duas garotas se despindo na beira de um lago. Quando elas estavam terminando de tirar a roupa, um trem atravessa a cena... Passa o último vagão, e as moças já estão submersas na água. Um senhor voltava toda semana para assistir ao filme. Um dia, perguntaram-lhe o motivo do apego: "Um dia esse trem vai se atrasar!", respondeu o espectador".

"Há mais de cem anos continuamos voltando à sala escura e torcendo para que o trem demore a passar". (Almanaque do cinema, Érico Borgo, Marcelo Forlani, Marcelo Hessel)

O cinema passou por transformações drásticas desde o final do século XIX. Os caminhos e descaminhos da sétima arte interferem na sua sobrevivência enquanto mídia e linguagem. Entender este processo é fundamental para todos os que de alguma forma se interessam por cinema, ainda que seja um espectador casual, pois mesmo a casualidade nada tem de ingênua. Casual também era o encontro com a esfinge grega, o leão com cabeça de mulher, asas de águia e cauda de serpente, que propunha um enigma a todos que encontrava pelos caminhos da cidade de Tebas e dizia:  decifra-me ou devoro-te!

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